Archive for ‘Filmes’

21 de janeiro de 2011

Zeitgeist

por lnbrandao

Tela Árvore EstilizadaBill Hicks costumava terminar seus espetáculos assim:
“A vida é como uma viagem num carrossel, e quando lá vais pensas que é real por causa do poder das nossas mentes. A viagem sobe, desce, anda às voltas, tem emoções fortes, brilhantes e coloridas, há muito barulho e é divertido um bocado. Alguns já andam nessa viagem há algum tempo e começam a se questionar: Será isto real? Ou isto é apenas uma viagem?
As outras pessoas lembram-se, viram-se para nós e dizem: Hey, não se preocupem, não tenham medo, isto é só uma voltinha. E matamos essas pessoas. Calem-no! Eu investi imenso nesta viagem, calem-no! Olhem para a minha cara de chateado, olha para a minha conta bancária e a minha família, isto tem que ser real!
É só uma voltinha. Mas matamos sempre aquelas boas pessoas que tentam nos dizer isso, já repararam? E deixamo-nos entregar à bicharada… Mas não importa, porque é só uma viagem e podemos alterá-la sempre que quisermos. Nenhum esforço, nenhum trabalho, nenhum emprego, nenhuma poupança de dinheiro, apenas uma escolha agora mesmo, entre medo e amor.

A revolução é agora.

Para ver o filme na íntegra, com legandas em português, clique em Zeitgeist.

4 de janeiro de 2011

RENT

por lnbrandao

Assistí ao musical “RENT – OS Boêmios” é um verdadeiro espetáculo. Retrata a década de 80, mas é um típico musical pós 2001, o filme também esta muito bom, passeado no musical, claro.

A história é comovente e nos faz pensar quem somos e o verdadeiro valor do que fazemos, (Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos / Como se mede um ano de uma vida?) em verdade gosto de tudo que não vem mascarado, que não tem um véu sobre o assunto. Vivemos tempos de discussões que podem nos levar a melhorar tudo ou não. Já que somos geração-pós-nossos-pais, conhecemos as drogas de outras formas. Eles lutaram por “paz e amor”, nós conhecemos os efeitos das guerras e fomos punidos com a AIDS pelo amor conquistado. “Vírus do amor”. Eles lutaram para que tudo isso não acontecesse e pagamos o preço. A liberação das drogas em alguns países é realidade, o amor livre já margeia as discussões dentro de casa, embora tudo ainda esteja no inicio. O que me chama mais atenção no RENT, é essa despreocupação preocupada de falar em assuntos que em outros tempos era revolução na certa, se fala abertamente e claro, limpo, direito, sem pieguices ou necessidades de levantar bandeiras.

Se olharmos para o mundo que vivemos hoje, encontraremos tudo o que ali se expõem. É um mundo onde existem pessoas que já nascem infectadas, um mundo onde se quer encontrar alguém para amar, para ser companheiro. RENT me faz pensar que vivo num mundo de verdade, de dores, prazeres, batalhas, perdas, e por que não de amor…

RENT – Os Boêmios

“Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Quinhentos e vinte e cinco mil momentos ternos
Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos
Como se mede um ano?
Em crepúsculos, em pores-do-sol, em dozes badaladas, em fins de noite, em xícaras de café, em centímetros, em quilômetros, em riscos, em risos, em brigas, em quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos. Como se mede um ano de uma vida?
Que tal com o amor? Mede-se com amor. Temporadas de amor.
Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos.
Quinhentos e vinte e cinco mil jornadas a planejar.
Quinhentos e vinte e cinco mil e seiscentos minutos.
Como se mede a vida de uma mulher ou de um homem?
Em verdades que ela aprendeu? Em vezes que ele chorou? Em pontes que ele queimou? Ou no modo como ela morreu? Agora é hora de cantar, mas a história nunca acaba, vamos comemorar lembrar um ano na vida de amigos, Lembrar do amor, Você tem que lembrar do amor. Você sabe que o amor é um dom dos céus.
Compartilhe amor, dê amor, espalhe amor.
Meça, meça sua vida em amor, Temporadas de amor, Com mil beijos doces.
Que tal medir em amor, temporadas de amor?”

Rent é uma obra de teatro musical, composta por Jonathan Larson. Conta a história de um grupo de amigos que vivem em New York nos anos 80. Aborda alguns temas que marcaram aquela época, como o desemprego, o uso de drogas, a homossexualidade, a liberação sexual e a AIDS.

Vencedor do prêmio Pulitzer com Rent, Jonathan Larson não pode nem gozar do sucesso de sua principal obra, pois faleceu às vésperas da estreia da peça, vítima de uma doença rara, a síndrome de Marfan.

Rent está em cartaz desde 1996 no Nederlander Theatre em New York. Uma particularidade é que em todas as apresentações acontece um sorteio. Os melhores lugares (primeira e segunda filas) são sorteados para os que colocarem o seu nome na urna. Assim até mesmo os menos favorecidos têm uma chance de assistir Rent da primeira fila.

Em 2005 estreou a adaptação para o cinema de Rent, sob a direção de Chris Columbus. Em 2006, para comemorar 10 anos da estreia na Broadway, aconteceram dois eventos: um deles foi uma apresentação beneficente do elenco da montagem original, e outro foi uma apresentação do elenco atual com todos os ingressos a 20 dólares.

Rent o filme, é uma adaptação de 2005 para o cinema estadunidense do musical homônimo da Broadway, que foi baseado no musical, vencedor do Tony Award e do Pulitzer, de Jonathan Larson. É um musical baseado na vida de um grupo de boêmios e de suas lutas com a sexualidade, drogas, vivendo sob a sombra da AIDS, e, claro, pagar seu aluguel. A história se passa na área de East Village, em Nova York, no final de 1980. O filme, dirigido por Chris Columbus, teve seis membros do elenco original da Broadway reprisando seus papéis no cinema.

Rent

Rent – Os Boêmios (BR)

Estados Unidos
2005 •  cor •  135 min

Produção

Direção
Chris Columbus

Roteiro
Musical
Jonathan Larson
Filme
Stephen Chbosky

Elenco original
Anthony Rapp
Adam Pascal
Rosario Dawson
Jesse L. Martin
Wilson Jermaine Heredia
Idina Menzel
Tracie Thoms
Taye Diggs

Género
Musical/Drama

Idioma original
inglês

21 de dezembro de 2010

TEMPO… LAVOURA ARCAICA

por lnbrandao

 

“O tempo é o maior tesouro de que um homem pode dispor. Embora, inconsumível, o tempo é o nosso melhor alimento. Sem medida que eu conheça, o tempo é contudo nosso bem de maior grandeza. Não tem começo, não tem fim. Rico não é o homem que coleciona e se pesa num amontoado de moedas, nem aquele devasso que estende as mãos e braços em terras largas. Rico só é o homem que aprendeu piedoso e humilde a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura. Não se rebelando contra o seu curso. Brindando antes com sabedoria para receber dele os favores e não sua ira. O equilíbrio da vida está essencialmente neste bem supremo. E quem souber com acerto a quantidade de vagar com a de espera que deve pôr nas coisas, não corre nunca o risco de buscar por elas e defrontar-se com o que não é. Pois só a justa medida do tempo, dá a justa ‘atudeza’ das coisas”

(Raduan Nassar)

20 de maio de 2009

o Sol… lá vem o Sol….

por lnbrandao
É bom saber q o Brasil também tem boas idéias, também tem bons pensadores e que também tem gente capaz de destapar a peneira do sol. Ha algum tempo vi “minha vida em cor de rosa”, “meninos não choram”, e vi outros filmes mais polêmicos e discutíveis, seja por suas cenas, seja pelo assunto que se propunham a abordar, e me perguntava: e por aqui quando vai ser? Sei que somos polêmicos por natureza, fingimos muito bem nossa moral, mas quando iremos discutir tão bem qualquer assunto, sem sermos pejorativos, sem nos aproveitarmos das muletas dos outros, somos paralíticos da nossa independência e portanto sempre fazemos o inverso, em vez de projetarmos nossas idéias numa tela queríamos projetar as idéias das telas na gente, não que esse caminho não possa, claro indiscutivelmente isso acontece na maioria das vezes quando qualquer coisa que se julgue arte ou não nos afeta em nosso comportamento.
 
Mas e agora? Agora que os cineastas brasileiros estão se afinando, agora que acreditamos nas produções cinematográficas do nosso país, que sabemos que alem de copiar a violência fabricada das indústrias de Hollywood também temos faro para uma boa e sensível direção a despeito de “o jardineiro fiel”. Agora que em fim tocamos no assunto com tamanha veracidade que já ate se admite o amor. Olha lá, amor não coisa para se admitir, nem mesmo quem ama faz isso, mas um filme, que trata da temática gay e com amor só pode estar querendo falar do que existe e é inerente ao ser humano. Sem essa de quebrar tabus, romper barreiras, criar polemicas, por favor projeta-se de dentro para fora e verás que não depende de muletas para te sustentar, basta olha olhar pro lado, dentro de casa, e vai ver que o mundo é isso ai… Cada um na sua. Quero ver esse filmes 500 mil vezes pois nem foi lançado e já estou defendendo.
 
Veja o trailer… entrem na comunidade vamos brigar….
 
Aproveito para dar nota 10 ao pessoal do programa “Toma lá, Dá cá”
Liguagem aberta na TV como nunca se viu… e sem culpa, nem falsa moral… oba estamos nos aproximando da realidade.
 
 
 
Uma relação incestuosa entre dois irmãos retratada no filme Do Começo ao Fim. A relação em si, tem início após a morte da mãe dos meninos, na vida adulta, mas eles já demonstram, uma relação muito próxima desde pequenos.

O longa-metragem tem:

Direção Aluisio Abranches

Elenco:
Gabriel Kaufmann
Lucas Cotrim
Júlia Lemmertz
Fábio Assunção
Louise Cardoso
Jean-Pierre Noher
João Gabriel Vasconcellos
Rafael Cardoso

Gênero: Drama
Estréia: 28 de Agosto de 2009
Direção: Aluizio Abranches
Roteiro: Aluizio Abranches
Censura: 18 anos
Ano:
2009

SITE OFICIAL

http://www.pequenacentral.com.br/cinema/docomecoaofim

 
 
14 de abril de 2009

No limite do limite.

por lnbrandao

Era páscoa, mas uma data comemorativa religiosa anual. Comemora-se em um  período dito santo. É mais ou menos como se estivéssemos comemorando a paz trazida pela dor de Cristo morto também simbolicamente dois dias antes, é como se, mais ou menos, disséssemos, ainda bem que não foi comigo. E déssemos Graças. Incompreensivelmente, compulsivamente compram-se ovos de chocolate, deve gerar emprego, penso, assim fica mais fácil justificar os preços do apreço que cada vez mais se parecem com qualquer coisa menos com ovo.

Cansado, resolvi decidir por ficar em casa mesmo, não quero sair, nem ver ninguém, ver filmes talvez irritem são provocativos, fui ver mais uma vez “Crash – no Limite”, e acredito que hoje como sempre ele tenha me irritado bastante, não é critica despreparada, nem mesmo comentário astuto, só acho que o roteiro de Paul Thomas Anderson, é magnificamente irritante. É irritante saber que se é assim, que se faz parte disso, é como se alguém chegasse com tanta presa e fúria e lhe dissesse tudo aquilo que julgamos verdade em sua cara de uma só vez e desse as costas e fosse embora deixando só você, a verdade, e a sala vazia. Foi assim que me senti. Eu, aquilo que podemos chamar de verdade, ou pelo menos não temos outro nome a dar, e a sala vazia. Sim por o que vi não posso chamar de outro nome, e o que senti não pode ter sido outra coisa, senão o vazio da sala.

Em fim era páscoa e eu procurava resquícios de Cristo por ai. Alguma coisa que me fizesse lembrar sua vida e obra, de seus martírios, de sua redenção de sua ascensão. Talvez tenha sido por isso que ele ressuscitou, para que pensemos que estar tudo bem e tudo volte ao normal, não, não sou religioso, nem mesmo considero-me cristão, mas acredito em tudo isso. E se fosse religioso ou cristão talvez fosse pior ter visto o filme.

Fico pensando, porque teremos que lembrar Jesus Cristo todo ano, se não lembramos sua dor no ano todo. Por que temos que religiosamente respeitar uma data que não estar dentro de mim, saber do que sou capaz, do que me faz ser a vitima e o carrasco de minhas ações e pensamentos. “Crash” é sem duvida alguma um filme para se pensar, lembro que a primeira vez que vi, chorei em determinadas cenas, em outras gritei, quis matar, e já em outras eu decidi, também sou capaz, sim por que preconceito não é para qualquer um não, é só para os que sabem, para os que sentem, para aqueles que são realmente capazes de cumpri-lo rigorosamente, atravessando uma via sacra sem fim para ser nojento, asqueroso consigo mesmo e com o próximo, nós que sabemos como rejeitar, desprezar, devemos estar felizes, pois foi feito um filme em nossa homenagem.

As vezes olho para a minha sala vazia e recrio o momento pós “Crash”, em que eu olhei para o lado e disse: por favor, avisem-me quando sai a próxima nave para o outro planeta. Sim foi esse o meu maior desejo, mas agora o meu desejo se transformou, não sei se é por que não consigo nunca saber o que quero, ou por que quero muito. Sei lá não é uma questão de querer tudo ou nada, afinal o que é o tudo? O que é o nada?

Quando na musica final, “Maybe Tomorrow”, interpretada por Stereophonics, diz “So maybe tomorrow I’ll find my way home” algo como, “Então talvez amanhã eu encontre meu caminho para casa”, eu disse: é quem sabe, e é isso ai. Resignadamente consideramos a possibilidade de não fazermos parte disso tudo e seguimos em frente, penso que podem vir mais uns dez Cristos, que ainda serão precisos mais dez. A vida nos leva, a sermos felizes, hora sim hora não, ora se não conseguimos ser o tempo todo não importa, pelo menos nas horas felizes não pensaremos se seremos triste um dia.

Quero uma vida cheia, repleta de felicidades, inteiras, serenas, tranquilas e calmas sem salas vazias ou verdades ditas com ou sem fúria, quero que a invenção de minhas felicidades não me caiam sobre a cabeça antes da paixão do ano que vem, quero que minha alma se lance sem culpa pelo alto e avante, sabendo que ela é leve por se própria pela sua própria matéria, assim como eu sei que por mim mesmo sou pesado e cheio de coisas que me prendem ao chão. E que cristo venha em minha porta todos os dias, alegrar-me com seu ensinamentos, e que antes de suas dores tudo se reinicie eternamente sem que seja preciso nem uma dor para que eu aprenda a não dar a dor ou outro.

E quero que sempre exista filmes como “Crash – No Limite” para que possamos refletir sempre, que só o que queremos é ser felizes, sem que pra isso tenhamos que inventar um Deus pregado na cruz, a nos perdoa enquanto continuamos a pecar. Ou então, por favor, me avisem quando sai a próxima nave….

Por que se tudo isso existe é por que permitimos. E temos nossa contribuição nisso.

“talvez amanhã eu encontre meu caminho para casa”